quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Comida e filosofia - Cimples Ocio - dicas livros

Minha pretensão é que os Umbigueiros (Umbigos recostados na mesa do Cimples Ócio) sem muita frescura torne-se semanalmente um grupo de estudos da culinaria brasileira. Toda terça já bebemos e comemos bem, além de ouvirmos boa musica brasileira - choros e sambas. Esta dica de livro é para ampliarmos ou abrirmos mais frentes de ideias.

A Cozinha do Pensamento
Das prateleiras de livros que tratam de comida, pinçamos uma peça muito interessante chamada A Cozinha do Pensamento
- Um Convite para Compartilhar uma Boa Mesa Com Filósofos
Autor: Josep Muñoz Redón, escritor e professor espanhol
Preço médio: 45 reais, da editora Senac
É um livro que relaciona filosofia e gastronomia e que em suas páginas conjuga os verbos comer, pensar e amar. Para o autor, a gastronomia é a arte de condimentar os alimentos para produzir felicidade. Já a filosofia é o engenho de cozinhar idéias para obter perguntas.Há, na avaliação de Redón, três maneiras de comer e três modos de viver.
1. comer de tudo até saciar-se
2. selecionar os alimentos e transformá-los em algo nutritivo e que ao mesmo tempo acaricie nossos sentidos
3. degustar coisas novas, nunca antes saboreadas pelo paladar humano
Com base nessas afirmações, são traçadas breves biografias de grandes pensadores. O fio condutor de cada capítulo é a forma como esses filósofos se relacionavam com a comida.
Uma curiosidade: os capítulos são distribuídos de acordo com a percepção dos sabores:
- na ponta da língua, notamos as coisas doces
- as salgadas são percebidas em toda a superfície
- na parte posterior, sentimos o armargor dos alimentos
- nas laterais, percebemos a acidez
Na ponta da língua está, por exemplo, o doce do Pitágoras. O mel. Elemento-chave de seu cardápio.Ele era vegetariano.
Entre os preceitos que tinham a ver com comida, verdadeiros mandamentos como 'não coma o coração, não coma favas, não coma louros, não mate frangos, abstenha-se de comer seres vivos'.
Com uma postura muito próxima do que conhecemos como espiritismo, ele acreditava que a alma humana poderia reencarnar em qualquer ser vivo -- daí afastar-se do consumo de proteína animal, por exemplo, e até de alguns vegetais. O mel e as frutas, no entanto, eram os alimentos preferidos e os mais valorizados na dieta pitagórica, se é que podemos chamar assim.Diz o autor em seu livro que o mel deve até ter contribuído para o desenvolvimento da matemática. "O mel, sem dúvida, é o alimento energético por excelência. A espetacular ação positiva que exerce sobre o organismo deve-se a componentes como os açúcares, poderosos catalisadores capazes de liberar a energia... O simples consumo regular de mel exerce uma ação positiva sobre os corações castigados pelo estresse..."Ao fim de todos os relatos, há sempre uma receita construída com base no cardápio de cada filósofo. No caso de Pitágoras, o prato oferecido é maçã e pera ao mel com amêndoas e pinhões, servido morno.

fonte: Veja São Paulo

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