quarta-feira, 10 de junho de 2009

Iguarias Brasileiras

Estes dias na reuniao dos Umbigueiros, um grupo voltado a preparar pratos da culinaria regional do Brasil, que reune-se semanalmente no Cimples Ocio, teve momentos acalorados na discussão entre dois dos participantes, Marcus e Nereira, esta apresentando-se para preparar alcachofras, questionada de forma veemente que não seria um prato tradicional de nossa culinária. Clima quente que teve ate posteriores fundamentações das partes.
A alcachofra tem mais de seculo no Brasil e pode não ser considerado um prato regional, portanto ambos devem ter suas razões.
Bom isto tudo para mostrar alguns pratos mais conhecidos mostrados em Nova Iorque em 2006. Materia do ministerio do Turismo. Umas das cozinheiras, Dadá, conheci e bati bons papos em Salvador alguns anos atras. Segue o texto:

Gastronomia brasileira atrai 4 mil pessoas na ONU
02-06-2006 15:06:08 Da Redação: Fonte - Ministério do Turismo

O Brasil encerra hoje, dia 2, sua participação no festival gastronômico da ONU (Organização das Nações Unidas) tendo atraído cerca de quatro mil pessoas.
O “International Food Festival - United Nations Delegates Dining Room”, dedicado às iguarias brasileiras, foi promovido na sede do órgão, em Nova York (Estados Unidos), desde o dia 22 de maio. A ação foi uma iniciativa do Ministério do Turismo, por meio da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e de seu programa de Relações Públicas no exterior, em parceria com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
Com uma média de visitação diária de 400 pessoas, o festival recebeu o corpo diplomático, funcionários da ONU e público em geral.
A partir do cardápio elaborado por quatro chefs brasileiros, tiveram a oportunidade de experimentar o que existe de melhor na culinária brasileira. “É muito oportuno o fato de a ONU congregar uma comunidade de formadores de opinião em todo o mundo”, destacou Artur Araújo, diretor de Marketing da Embratur.
A oportunidade foi identificada pelo EBT (Escritório Brasileiro de Turismo) nos Estados Unidos, que iniciou as negociações. "Aproveitamos uma chance de aumentar o nível de conhecimento e de desejo do Brasil naquele país, criando uma imagem que vai além de Sol e Praia", acrescenta Araújo. A ação foi orientada pelo Plano Aquarela - Marketing Turístico Internacional do Brasil, estudo que dá as bases para a promoção do País no exterior nos próximos anos.
Entre 22 e 26 de maio, a cozinha da ONU esteve dividida entre Alice Mesquita de Castro, do restaurante Alice, de Brasília (DF) e o chef Fábio Sicilia, do Dom Giuseppe, de Belém (PA).
Do dia 30 de maio em diante, os cozinheiros profissionais Ivo Faria, do Vecchio Sogno, de Belo Horizonte (MG), e Dadá, do Tempero da Dadá, de Salvador (BA), comandaram a cozinha.
Todos os chefs tiveram de elaborar um menu variado para as cerca de 400 pessoas - entre jornalistas e autoridades de todo o mundo. Para cada almoço, sugeriram seis pratos frios, dois aperitivos, uma sopa, uma massa, um peixe, um frango, uma carne vermelha, um carving station (carne para servir fatiada) e sobremesas.
Entre os pratos já servidos e de maior sucesso na primeira semana do festival estiveram a sopa de mandioca com queijo, a feijoada, farofa de ovos, frango com catupiry, peixe com molho de acerola, doces de compotas, goiabada, brigadeiro e pudim de leite condensado.
Além dos almoços, os chefs participaram do Chef´s Table no dia 25 de maio e de um cocktail no dia 23 de maio. O Chef´s Table teve presença de imprensa local e correspondentes internacionais.
O menu degustação contou com os seguintes pratos: acarajé com vatapá de bacalhau e camarão (entrada preparada pela baiana Dadá dos Santos), Frango com quiabo e couve frita (segundo prato elaborado pelo chef mineiro Ivo Faria), Medalhão de filé mignon com molho agridoce de maracujá e manga, acompanhado de arroz com pimenta rosa (terceiro prato preparado por Alice Mesquita de Brasília) e bolo de cacau com recheio de cupuaçu coberto com castanha do Pará e sorvete de creme (sobremesa elaborada pelo chef paraense Fábio Sicília).

Culinaria do Parana

Não aguentei e vou copiar o texto inteiro - na verdade estava procurando algo sobre o churrasco no Parana e postar alguns trechos bem resumidos e acabei caindo na pagina da Secretaria de Cultura do Estado do Parana e lendo achei que seria interessante a variedade de cidades e pratos. Vamos lá:
Turismo Gastronômico
A culinária paranaense é a mistura das influências de todos os povos que aqui chegaram ou dos que aqui já habitavam. Assim os índios paranaenses essencialmente coletores, tinham no pinhão, o alimento por excelência. Os coroados guardavam as sementes em cestos submersos em água corrente por 48 horas, sendo posteriormente secas ao sol, para serem consumidas fora da época de safra.
Até hoje o pinhão incorpora-se aos hábitos alimentares dos paranaenses, associados às festas juninas ou aos costumes do homem do campo como a sapecada, a paçoca ou ainda em saborosos pratos servidos em sofisticados restaurantes: croquetes, sopas, aperitivos, suflês e panquecas de pinhão.
Relativos a esses hábitos era comum entre os índios notadamente os xetás, ingerir folhas de erva-mate como alimento. Dali a herança do paranaense que, cultiva até hoje o costume de tomar chimarrão, chá-mate e outras formas de bebida e infusão. É ainda de influência indígena na gastronomia, o conhecimento das frutas e raízes nativas, o preparo do milho e da mandioca na confecção das farinhas, do cuscuz, pamonhas e bijus, na pesca e na caça com a carne "moqueada" que é assada em buracos aquecidos.
De influência portuguesa, o Barreado originário dos sítios dos pescadores, com o decorrer do tempo, passou para as cidades litorâneas, onde é cultivado há aproximadamente 200 anos nos municípios de Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Morretes e Paranaguá.
Da expressão "barrear" a panela, com pirão de cinza e farinha de mandioca, para evitar que o vapor escape e o cozido seque depressa, vem o nome Barreado uma contribuição dos açorianos, que deu nome ao prato.
O Barreado representa fartura, festa e alegria, adotado como prato do período do entrudo - o precursor do carnaval, sendo sua característica a de que mesmo requentado, não perde o sabor original, o que liberava as pessoas durante os folguedos populares, não precisando cozinhar. Os ingredientes que compõem o Barreado constituem-se de carne, toucinho e temperos. Antes, seu cozimento era feito pelos antigos habitantes do litoral em valas sobre um braseiro, levando cerca de 24 horas para que ficasse no "ponto". Um verdadeiro ritual, para preparar àquele que se definiu como o prato típico do Paraná.
Com o Ciclo do Tropeirismo mudou não só o foco econômico do Estado, mas a cultura e os costumes, que sofreram influências dos locais por onde passaram os Tropeiros, que transportavam não só tropas, mas foram mensageiros de notícias, consolidadores de caminhos e fundadores de núcleos populacionais ao longo do percurso. Constituíram-se em elos de integração entre vilas, povoados do Brasil meridional e até do exterior, assimilando inclusive palavras de origem castelhana, como churrasco, charque, bombacha, arroio, incorporado ao linguajar do paranaense.
A gastronomia também sofreu influência das "andanças" dos tropeiros que assimilavam certos tipos de comidas disseminando-as por onde passavam. Desta maneira, as cidades nascidas de antigos "pousos" como a Lapa, Castro e Tibagi cultivam ainda hoje saborosos pratos como a Quirera Lapiana, o Virado de Feijão, o Arroz Tropeiro, o Castropeiro e a Paçoca de Pinhão com Charque.
Com os movimentos migratórios e imigratórios, os paranaenses incorporavam hábitos alimentares dos novos habitantes notadamente alemães, italianos, poloneses, ucranianos dos quais o costume de conservar a carne de porco imersa na banha, o uso da quirera de milho amarelo, o boi, o porco e o carneiro, assados inteiros no rolete.
Mais recentemente vários municípios instituíram pratos típicos, cultivando as tradições dos antepassados e os aspectos sócio-econômicos regionais, que muitas vezes traduzem-se em animados eventos gastronômicos, que fazem a delícia dos visitantes como:
Concurso do Dourado Assado – Foz do Iguaçu
Concurso do Porco à Paraguaia – Missal
Festa da Costela – Apucarana
Festa da Costela no Chão – Maria Helena
Festa da Costela no Chão e Porco no Tacho – Iporã
Festa da Leitoa ao Fogo-de-Chão - Santo Antonio da Platina
Festa da Leitoa Desossada à Pururuca - Paraíso do Norte
Festa da Leitoa Entrincheirada – Juranda
Festa da Leitoa Fuçada – Janiópolis
Festa da Leitoa Mateira - Mamborê
Festa da Leitoa no Tacho - Lobato e Ribeirão Claro
Festa da Piapara na Telha – Alto Paraíso
Festa da Tainha - Paranaguá
Festa da Tilápia – Porecatu
Festa da Vaca Atolada - Boa Esperança
Festa do Boi no Rolete – Altônia, Engenheiro Beltrão, Marechal Cândido Rondon, Planalto, Ribeirão Claro, Santa Fé e Santa Terezinha de Itaipu
Festa do Borrego no Rolete - Irati
Festa do Caranguejo - Pontal do Paraná
Festa do Carneiro ao Molho Procopense – Cornélio Procópio
Festa do Carneiro ao Vinho - Peabiru
Festa do Carneiro Desossado e Recheado – General Carneiro
Festa do Carneiro no Buraco - Campo Mourão
Festa do Carneiro no Rolete – Carambeí, Piraquara e Ribeirão Claro
Festa do Charque - Candói
Festa do Charque a Vapor – São Mateus do Sul
Festa do Costelão – Luiziana, Maripá, Palotina e Santa Helena.
Festa do Costelão ao Fogo-de-Chão – Paranavaí
Festa do Cupim Assado - Pato Bragado
Festa do Cupim Noroeste – Alto Paraná
Festa do Dourado na Grelha – Medianeira
Festa do Dourado no Carrossel – Itaipulândia
Festa do Frango – Bom Sucesso, Cafelândia, Novo Itacolomi, Toledo e Umuarama
Festa do Frango Caipira Graciosa – Quatro Barras
Festa do Frango Desossado e Recheado – Maripá
Festa do Frango, Polenta e do Vinho – Curitiba
Festa do Lambari – Porto Vitória
Festa do Leitão a Dois Vizinhos – Dois Vizinhos
Festa do Leitão à Pururuca – Engenheiro Beltrão
Festa do Leitão à Sarandi – Toledo
Festa do Leitão a Xaxim - Toledo
Festa do Leitão Maturado - Goioerê
Festa do Leitão na Grelha – Céu Azul
Festa do Matambre Recheado – Pato Bragado
Festa do Peixe na Telha - Marilena
Festa do Pernil à Pururuca - Farol
Festa do Pierogi – Araucária
Festa do Pintado na Telha - Guaíra
Festa do Pirá de Foz – Foz do Iguaçu
Festa do Porco à Paraguaia – Céu Azul
Festa do Porco na Lata – Mandaguaçu e Santo Inácio
Festa do Porco no Rolete – Cidade Gaúcha, Mandaguaçu, Sertaneja e Toledo
Festa do Porco Recheado e Assado ao Forno – Toledo
Festival da Alcatra - Santa Helena
Festival da Carne Suína – Medianeira
Festival de Frutos do Mar – Pontal do Paraná
Festival do Frango – Matelândia
Galinhada Orgânica – Missal
Assim, na Região Oeste do Paraná, o Porco no Rolete é uma das principais atrações gastronômicas. Prato típico do município de Toledo que requer técnica e arte na hora do preparo.
O porco de aproximadamente seis meses é assado inteiro num rolete que gira sempre na mesma direção e velocidade. Um mês antes do abate, a alimentação do animal é trocada para que haja diminuição da banha sem a perda de peso.
Não há como precisar a origem desse prato, uma vez que o costume de assar animais inteiros no espeto, é comum a diversos povos. O município de Toledo foi colonizado basicamente por alemães e talvez por isso o Porco no Rolete leve uma quantidade de temperos refinados, como a alfazema, a noz-moscada o alecrim e muito vinho branco seco.
Cada assador tem seus próprios segredos na hora de preparar a carne. Sabe-se que mais de 30 ingredientes fazem parte do recheio, de acordo com o paladar e com a imaginação de cada um. A receita tradicional leva lingüiça calabresa, carne moída, milho verde, ervilha, palmito e cogumelos. Um dos segredos na hora de assar o animal consiste em furar o couro para que a gordura saia, o que facilita a digestão. O Porco no Rolete leva cerca de 20 horas para ficar pronto. Segundo os gourmets, todo o sacrifício do preparo vale a pena.
Em maio de 1974, na sede campestre do Clube de Caça e Pesca de Toledo, entre uma cuia de chimarrão e uma caipirinha, aos acordes do violão e gaita, em torno de um braseiro onde se assa um churrasco temperado com muita história, bravatas apostas e desafios, clima ideal para uma grande idéia. Assim foi e assim se fez.
Celeste Vivian, progressista agricultor local, afirmou que sabia assar um porco inteiro recheado com temperos exóticos, enfiado num só espeto de madeira, que girava impulsionado manualmente. Desafio feito e aceito, nos dias seguintes o assunto passou a empolgar outros sócios do clube que começaram a formar equipes, com seus respectivos assadores.
A Diretoria do Clube de Caça e Pesca, juntamente com as equipes participantes, organizou o regulamento e convidou um grupo de pessoas de destaque na cidade para constituir um corpo de juízes degustadores. Estava criado o mais delicioso evento gastronômico do Brasil, a Festa do Porco no Rolete, cujo ponto alto é o torneio entre as equipes de assadores.
O prato típico de Campo Mourão, o Carneiro no Buraco, resgata o costume indígena de se cozinhar alimentos em buracos escavados no chão, para evitar o risco de provocar incêndios nas florestas. Existem indícios de que o prato incorpora costumes resultantes do intercâmbio acontecido por volta de 1580 com a chegada dos jesuítas ao continente sul-americano.
Esta forma inusitada de preparo da comida chamou a atenção de um grupo de pioneiros da cidade, que resolveu introduzir na receita uma série de inovações. Da primeira utilizada à atual, foram realizadas muitas experiências e adaptações para aprimorar a iguaria, que ao longo dos anos foi servida esporadicamente em encontros de amigos.
Na década de 80 a tradição se arraigou e autoridades e outros visitantes ilustres passaram a ser recepcionados no município sempre com Carneiro no Buraco. Campo Mourão instituiu a iguaria como prato típico e criou a Festa Nacional do Carneiro no Buraco em 1990, a partir de um movimento desencadeado pela confraria da Boca Maldita. O evento gastronômico é realizado sempre no segundo domingo de julho e tem por objetivo preservar e divulgar essa deliciosa tradição do município e de seus colonizadores.
O prato tem hoje um alto padrão de qualidade e está entre as comidas típicas mais conhecidas do Paraná. Agrada até mesmo os vegetarianos, em razão da grande quantidade de legumes e tubérculos. O Carneiro no Buraco divulga Campo Mourão em todo o Brasil e até em países vizinhos.
Pratos Típicos e Receitas com Pinhão
ROTEIRO GASTRONÔMICO DO PARANÁ
Campo Mourão - Gastronomia
Cascavel - Roteiro Gastronômico
Curitiba - Alimentação
Foz do Iguaçu - Gastronomia
Guaratuba - Alimentação
Lapa - Restaurantes
Londrina - Gastronomia
Morretes - Alimentação
Ponta Grossa - Gastronomia
Pontal do Paraná - Gastronomia
São José dos Pinhais - Onde Comer
Toledo - Gastronomia