segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Metodologia da criatividade na cozinha

Estava procurando mais algumas dicas sobre como evitar cheiros na geladeira e achei ótimo a postagem do Rainha do Lar. Segue uma copia para ficar por aqui:


Processos criativos na cozinha

Eu não sou uma cozinheira muito metódica no meu dia-a-dia. Só planejo cardápios para festas. Também são raras as vezes em que busco uma receita para seguir na íntegra. Os pratos vão sendo criados a partir do acaso, de desejos que espetam, da necessidade de reaproveitamento ou de praticidade, enfim, a maioria das receitas que publico aqui obedecem a este tipo de processo criativo, e se tivesse que listá-los eles seriam:

1. O processo do desejo: uma vontade louca de comer camarão, por exemplo, mas um camarão sem sobrenomes do tipo "ao alho e óleo", "moqueca", "bobó". Apenas camarões. Daí eu vou puxando, sim mas como é esse camarão? Ele tem molho? Tem, de tomates frescos. Daí eu parto para a rua exclusivamente para comprar os meus camarões, no melhor fornecedor possível, que é o pescador lindo de olhos azuis, porém rudíssimo, que vende camarões médios fresquinhos a 16 o quilo (podendo cair para 14) numa ruela do Dois de Julho, onde compro também belos tomates. O resto dos ingredientes, se houver, eu vou encontrar por ali mesmo.

2. O processo da praticidade: Gostaria de comer em casa, mas o tempo é curto. Prato único, massa! Mas tem que ser uma massa leve, pois tenho uma tarde enorme de trabalho pela frente. Legumes! Vejamos os que tem na geladeira... e será este o processo criativo.

3. O processo do reaproveitamento: Não existe a menor necessidade de partir para aquele frango no congelador com estas sobrinhas de arroz, carne e legumes. O almoço de hoje será feito com estas sobras. Teremos maravilhosos bolinhos de arroz com carne, e uma boa salada com estas folhas que não devem passar de hoje e uma chapa de legumes, que também já estão na sua hora. Assim, eu zero a geladeira, não corro o risco de perder nada, e aí sim, posso partir para o franguinho amanhã.

4. O processo da encomenda: "Mãe, faz batata frita?" Faço meu filho, mas deixa eu ver aqui na geladeira o que vai bem com a tua batata frita...hum... talvez aquele peitinho de frango desfiado, que fica bem com um colorido de milho e ervilhas... e depois Bento adora bolinhas coloridas... e assim rola o processo da encomenda, que pode partir também do desejo de amigos.

5. O processo da dificuldade: É o exercício máximo da criatividade, quando a geladeira e a despensa estão praticamente vazias e eu preciso dali espremer um almoço, com os dois últimos ovos, as últimas folhinhas de ervas, 1/2 tomate, 1/4 de cebola... é quando uso aquele cogumelo seco que eu comprei e até hj não usei, ou aquela lata de milho que sobrou de uma festa, que estavam escondidinhos no armário. Hora de bisbilhotar seriamente todos os compartimentos. Este processo geralmente surpreeende pelos resultados inusitados quase sempre deliciosos.

6. O processo da inspiração: Folheio um livro ou assisto a um programa de culinária, pego uma ótima idéia, mas acho que ficaria melhor se ao invés de frito fosse assado, ou se ao invés daquele queijo amarelo, a sua versão com bufála ficasse fabulosa, a meu ver, e mal posso esperar até o dia seguinte. O processo da inspiração pode acontecer também, e isso é muito frequente, a partir de algo que eu comi em algum lugar, enlouqueci e preciso reproduzir a minha leitura em casa.

7. O processo experimental: Resulta da curiosidade de misturar ingredientes, e experimentar produtos novos. Passo na Perini e descubro um novo produto, tipo uma cauda de jacaré, um molho pronto diferente, uma massa exótica, um cogumelo alienígena, começo a ter idéias de combinações com outros ingredientes que eu tenho, e vou para casa em cólicas!

Bom, acho que estes são os meus principais processos criativos. E quanto aos da comadre?
fonte: www.rainhasdolar.com